Nossa época nunca fez tanto para receber uma advertência como a descrita por Platão em Apologia de Sócrates: “a vida não examinada não vale a pena ser vivida”.
A denúncia do influenciador com milhões de seguidores Felca sobre a adultização de menores para enriquecimento de terceiros surpreendeu quase ninguém.
É no mínimo, hipocrisia dizer que ninguém nunca viu nada parecido no submundo (quanto mais garimpa, mais se acha) de redes sociais como Kwai, Tiktok e mesmo o Explorar do Instagram.
Todos lembram da viralização de crianças, jovens e adultos imitando NPCS no tiktok para ganhar dinheiro — o que acham disso???
Na verdade, o algoritmo (em geral) está trabalhando mais do que nunca a favor da sexualização. O recém criado Threads é prova viva disso. Não falta conteúdo imoral e para maiores de 18 até nas plataformas mais irrelevantes.
Nas ruas, vemos também esse triste problema em crianças vestidas como adolescentes e adolescentes vestidos como adultos.
Tudo é para fins de conteúdo e busca de monetização na era do algoritmo, incluindo à dignidade e inocência.
Surge, então, à questão do que realmente sobra dessa sociedade que já se “acostumou” a banalizar e rolar o feed para o próximo viral sem qualquer reação de questionamento, senso crítico ou mesmo, filtro (não o das fotos).
Esse “comportamento líquido” que já é tema batido pós Baumman demonstra que o avanço tecnológico tem se refletido proporcionalmente à regressão de princípios e valores éticos e morais.
Nesse marasmo e deserto de consciências, sobreviverá quem resistir e combater esse ambiente nocivo. As telas são o admirável mundo novo e o mundo concreto, chato de mais para ser levado a sério sem um influencer, thread, engajamento ou monetização.
Daqui pra frente é cada um por si, e talvez por seus pares. Porque daqui um tempo não muito distante, se os 10 mandamentos não cair em uma trend, o feed será rolado pra cima junto com os últimos neurônios que nos restaram desse banquete de dopamina apodrecida espalhado pela internet inteira.
Assistam Idiocracy de 2006 (Idiocracia) e veja o futuro que já começou…
Deixe um comentário