Há lembranças que somente quem for de 90 para atrás poderá gabar-se de possuir. Tempos de presença, pessoas e conversas reais que foram substituídas por telas e entretenimento. Mas isso não necessariamente significa piora, ou melhora, tudo depende do estilo de vida de cada um em vista do mundo atual.
A hiper conexão afastou às pessoas ou só escancarou o quanto há de seletividade do “tempo gasto” com quem e para que?
Será que antes, éramos “obrigados” à “ocupar “ tempo com socialização com os mais próximos seja por proximidade física ou social ao invés de ter aquela tão idealizada conversas de calçadas? Será que estaríamos nessas calçadas mesmo se houvesse a maravilhosa tela do smartphone em nossas mãos?
Será que não fizeram toda aquela “sala” que foi sim, muita presença, mas foi para nós justamente por quê não possuíam suas telas naquele momento?
Olhar por outros ângulos os outros e a nós mesmos amplia nosso senso de julgamento e nos dá respostas inquietantes. Também é um tanto quanto inconveniente remexer no fundo do baú, no íntimo das memórias doces guardadas com tanto carinho que nos são como abrigos e esconderijos em meio à vida dura, não?
Se faz necessário, ter coragem e até um pouco de “brio” como diria Clovis de Barros em examinar às coisas para sair do mundo da imaginação e encarar à realidade ou não, né? Quem sou eu para afirmar qualquer coisa!?
Falando em nostalgia, encerro o textinho citando o trecho de uma banda que eu ouvia muito na adolescência, NX0: “… E dentro de você existe o bem, o mal e a escolha certa”.
Para bem ou para mal, é de nossa responsabilidade a sentença de decidir com que e como gastamos nosso tempo. Resta saber se todos estão cientes de que essa moeda é a única, irrecuperável. Telas, entretenimento serão sempre reiventados, mas o tempo, não. Assim como todo nós que poderíamos estar nas calçadas, ao invés de estarmos o tempo todo de frente para as telas, se não existisse tanta burocracia e privação, seletividade de socialização hoje em dia. Estamos desaprendendo a sermos sociais.

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