Nota: Em 2022, bem antes das eleições, esse que vos fala comentava com alguns de seus pares que o então ex presidente não só perderia a eleição mas também seria preso...
Não temos uma elite analítica, crítica, talvez, nem mesmo pensante. Ponto. Olavo de Carvalho passou, com desgosto, a vida denunciando, rogando e acertando isso cirurgicamente.
Sem querer pisar em áreas estranhas para mim (sociologia) mas sei por intuição e leitura que aqueles que dominam os meios de comunicação, empresas e cultura deveriam produzir não só riqueza mas também valor, fomentando um ambiente que civilizasse o país minimamente, amadurecendo seu senso crítico e moldando uma identidade que pudesse gerar pelo menos 1 nome de respeito e competência para representação nessa república ocupada sucessivamente por populistas megalomaníacos despreparados, com exceção de um ou outro.
Esse editorial daria uma teste de doutorado ou monografia acadêmica se fosse tocar todos os pontos desse tema tão complexo e profundo.
Por tanto, para elucidar o “pé” em que estamos, vamos descer no Brasil profundo, para além das elites e capitais que não exercem qualquer peso no resultado definitivo de uma eleição nacional. Falemos, então do agente que decide o futuro do país, o interior. Basta visitar qualquer cidadezinha e ver:
- Ruas sujas, grandes construções vazias, pixadas, centros abandonados pelo poder público sem qualquer incentivo ou investimento apropriado para economia local
- Bairros marginalizados sem devida dignidade igualmente ignorados pelo poder público
Iriamos até amanhã nessa lista e na explicação sobre isso tudo. Resumo:
O interior é o homem que quando vai votar, está cansado demais, sem dignidade, sem autoestima: quem olha no espelho e não se reconhece, basta ver qualquer pose de autoridade para depositar a esperança de uma vida toda sem enxergar qualquer perspectiva de mudança concreta.
Lula e Bolsonaro é esse folclore que se alimenta um do outro e é oriundo desse vácuo que a elite e os pensadores não preenchem — não preenchem porque não estudam e não produzem ou quando o fazem é de tamanha arrogância e prepotência que a grande massa enxerga com rigoroso desdém e com razão: entre o mau caráter popular e a autoridade incoerente — quem em sã consciência vai dar ouvidos a uma aberração complexamente tosca?
Talvez, o Mbl lance alguém, surja alguém com convicção da direita (com raíz ou até rabo preso com Bolsonarismo) mas se falharem no discurso ou na atitude de falar com o interior, será mais um tiro no pé porque Lula se alimenta precisamente desse vácuo que mencionei com o adendo da lacuna que o Bolsonarismo está escancarando todo dia para ele. Foi assim que ele ganhou em 2022 e até agora é assim que ganhará em 2026.


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